terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Moradores protestam contra despejo de lama nas praias de Vila Velha


Moradores de Vila Velha protestaram, mais uma vez, contra a instalação de uma rede elétrica de alta tensão e o despejo do que chamam de "lama tóxica" nas praias do município. Os manifestantes saíram do bairro Praia das Gaivotas por volta das 8h deste sábado (11) e seguiram até o clube Libanês, na orla da Praia da Costa.

Cruzes negras foram colocadas na areia da praia em protesto contra o despejo da lama, fruto da dragagem do Porto de Tubarão, na água. De acordo com o presidente da ong Instituto Orca (Organização Consciência Ambiental), Lupércio Barbosa, o chamado bota-fora de dragagem levará  uma quantidade "sem precedentes" de lama até as praias de Vila Velha, o que representa riscos ao meio ambiente e à saúde de banhistas e de pessoas que consomem alimentos provenientes do mar.



Ainda de acordo com Lupércio, o despejo de material de dragagem já não é feito em outros Estados do país. Uma das alternativas seria confinar a lama em bolas de polipropileno, os chamados Geo-tubes, e utilizar o material para fazer contenção de erosão em praias e canais, por exemplo.

No dia 14 de novembro um protesto semelhante foi realizado em Vila Velha, pelos mesmos motivos. Entre os organizadores estão representantes da Associação de Moradores de Praia das Gaivotas. Na ocasião a Vale, responsável pelo Porto de Tubarão, informou que a lama não é tóxica e é composta apenas por resíduos naturais. 

O Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), que licenciou a dragagem, informou por meio de nota também na ocasião do protesto de novembro que o material, embora despejado no mar, não chegará às praias de Vila Velha.

Rede de alta tensão

A rede de fios de alta voltagem, com 138 mil volts e 4,8 quilômetros de extensão, passará pelos bairros Praia das Gaivotas, Novo México, Guaranhuns, Jóquei de Itaparica, Praia de Itaparica, Coqueiral de Itaparica, Santa Mônica e Boa Vista. A instalação é uma obra da EDP Escelsa e, segundo a empresa, não apresenta riscos à população. Mas o Ministério Público Estadual também reprovou a implementação.

Fonte: gazetaonline

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Comunicado enviado à Rádio CBN Vitória em resposta ao convite para entrevista

À Rádio CBN Vitória,

         Aos cuidados de Juriana Nobre/Fernanda Queiroz,

Em atenção ao convite para entrevista (debate) a radio CBN Vitória, sobre a dragagem portuária do Complexo de Tubarão, informamos que, em decisão tomada em reunião, o fórum considera insuficiente o tempo de cinco minutos oferecido para esclarecimento adequado aos ouvintes,. O Fórum entende também que não há paridade na representatividade, uma vez que  o órgão que deveria proteger a saúde do ambiente e da população neste caso, tem se portado como parceiro do empreendimento. Sendo assim, a população teria somente 5 minutos, enquanto o empreendimento na pratica ficaria com 10 minutos.

Informamos ainda encaminhamento de denúncia ao Ministério Público Estadual e Federal, alertando a degradação do ambiente marinho a partir de 7 km da praia e a 20 metros de profundidade além dos riscos a saúde da população, haja vista que os substratos marinhos próximos às áreas portuárias,são reconhecidamente contaminados por elementos químicos, metais pesados em especiais, que uma vez dissipados em corpo d’água, passa a contaminar as espécies marinhas e, por efeito acumulativo, homem.

O movimento entende a necessidade das dragagens de manutenção, mas condena a utilização de tecnologias arcaicas para minimizar custos em prejuízos ao meio ambiente. Nesse sentido, foram encaminhadas alternativas de descartes do material dragado, uma vez que defendemos a mudança de paradigma em relação à utilização do mar como "bota-fora" de dragagens.

Informamos que o fórum se reunirá na próxima quarta-feira às 19h na Câmara Municipal de Vila Velha e está previsto para o dia 11 mais uma manifestação popular na orla de Vila Velha, que desde já convidamos toda a população. Para mais informações acesse o nosso blog: www.forumambiental.blogspot.com .

Atenciosamente,

Fórum Ambiental Popular Permanente - FAPP

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Câmera flagra crime ambiental em Niterói (RJ)


Clique na Imagem acima para visualizar o vídeo na Íntegra.



REUNIÃO DO DIA 01 DE DEZEMBRO

Hoje tem reunião do Fórum em Coqueiral de Itaparica, Local será na Igreja de Nossa Senhora das Graças, próximo a capela mortuária. Participe conosco e convide seus amigos, início será às 19:30. segue abaixo mapa com acesso pela Rodovia do Sol.




Sociedade luta para ser ouvida e evitar despejo de dragagem em Vila Velha

30/11/2010


Continua a mobilização para impedir que o material dragado da Baía de Vitória, Porto de Tubarão e da Nisibria, em Vila Velha, seja despejado em frente à Praia da Costa, no município. Em reunião, membros do Fórum Ambiental Permanente de Vila Velha criaram um grupo de discussão técnico-cientifico em busca de meios para serem ouvidos sobre novas alternativas para solucionar o problema.
“Estão enrolando na hora de fazer os estudos. A empresa que contrata o estudo só fala o que ela mesma quer ouvir. Não foram apresentadas alternativas e é isso que a sociedade está exigindo”, disse o vereador Babá (PT), que vem dando suporte à mobilização dos ambientalistas.
Segundo o vereador, durante o debate realizado nesda segunda-grits (29), na Câmara de Vereadores de Vila Velha, foi possível coletar informações sobre a influência do material dragado nas praias de Vila Velha. A previsão é de que, se o volume dragado dos três portos for depositado na região, os impactos poderão chegar às praias do município de Guarapari.
A proposta da dragagem da Vale, Codesa e Nisibria é utilizar a região em Vila Velha como bota-fora de cerca de 15 milhões de m³ de dejetos. O volume, segundo a Associação dos Moradores da Praia da Costa (AMPC), confronta a previsão da dragagem de 6,3 m³ até o ano de 2010 no Estado e representa sérios danos ao meio ambiente ao dragar um grande volume de sedimentos já contaminados por enxofre, ferro, esgoto entre outros, e depositá-los no fundo do mar de Vila Velha.
“A região vêm sendo utilizada como quintal para este despejo. Não é a primeira vez que isso ocorre. A sociedade continua sem apoio, não é ouvida e nenhum deputado coloca as caras para defender a região. Mas nós sabemos que a solução dada pelas empresas não é lógica. Mergulhadores e cientistas já comprovaram isso e instituições do País também têm estudos neste sentido”, contou Babá.
O objetivo é sugerir que instituições de fora do Estado realizem os estudos que possam apontar, com imparcialidade, novas diretrizes para o processo de dragagem propostos pela Vale, Nisibria e Codesa. “O ideal é o Estado fazer, mas quem faz de fato é a empresa que contrata a empresa que vai dizer o que ela quer”, ressaltou ele.
Segundo o presidente da Associação Barrense de Canoagem, Eduardo Pignaton, não há conhecimento sobre a composição do material que esteve anos depositado no fundo da Baía de Vitória e nas outras localidades, e que pescadores de Vila Velha já relataram o desaparecimento de peixes após ultimo despejo – conseqüente de dragagem – realizado na região há cerca de 12 anos.


“Esperamos que o Renato Casagrande cumpra sua palavra. Sua promessa foi a de dar voz à sociedade e sobretudo de respeitar os conselhos ambientais, contrariando o decreto do Iema que prevê que toda ONG seja tutelada ao órgão para fazer parte dos conselhos”, ressaltou Pignaton.

Dragagem
Só a Vale irá retirar do leito marinho 7 milhões de m³ de sedimentos. No Estado, o Porto de Vitória (2 milhões de m³) e o porto da Nisibra, previsto para a enseada da Glória (1,2 milhão de m³) também irão dragar o fundo do mar.
Juntas, as dragagens somam 10,2 milhões de m³ de sedimentos em seu estado natural. Entretanto, em seu estado solto, o que é chamado “efeito empolamento”, esse volume subirá para 15 milhões de m³ que, segundo a Associação, serão despejados em uma distância mínima de 6 km da costa.
Os dejetos, compostos por lama, argila, metais pesados, pedras e pó de minério, ao serem despejados no leito marinho, alteram a morfologia e as características do leito das chamadas áreas de “bota-fora”. O despejo de sedimentos também diminui o oxigênio disponível, o que pode provocar a morte por sufocamento de espécies bentônicas que dependem destas áreas para viver, alerta o Instituto Orca.
Além de remover o fundo do mar, o despejo, ao afogar fauna e flora do fundo, reduz a qualidade das águas; aumenta a turbidez e prejudica a entrada da luminosidade. Modifica ainda a dinâmica das correntes, influenciando a disponibilidade de alimentos.
Formam o Fórum Popular Permanente Ambiental representantes da sociedade civil organizada como biólogos, oceonógrafos, médicos, engenheiros, técnicos em dragagem, ambientalistas, advogados e representantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)s. Participam também a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Associação de Moradores de Itapuã, Associação de Moradores de Itaparica, Gabinete do vereador Babá,  Instituto Orça e Federação das Associações dos Moradores e dos Movimentos Populares do Espírito Santo (Famopes).
Alternativas
Uma alternativa possível é a construção da Unidade de Disposição Confinada (UDC). O recurso é utilizado nas obras de recuperação da Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, e possibilita o confinamento da lama, impedindo a vazão dos resíduos para o mar e posterior aproveitamento para aterro e tratamento paisagístico.
A segunda proposta discutida e apresentada trata de uma técnica batizada de Geotubes. Ou seja, processo de encapsulamento do material contaminado em bolsas de polipropileno gigantes, resistentes à degradação química e biológica, que promove a separação da parte sólida e líquida, promovendo, assim, a secagem e desidratação dos sedimentos. Posteriormente, este resíduo pode ser utilizado na construção de quebra-mares e em situações de erosão costeira.
Para o Estado, que sofre com a perda de suas praias devido à erosão, a medida poderia ajudar a reverter os processos erosivos, alertam os ambientalistas.
Já a terceira alternativa é pioneira, e vem sendo desenvolvida na dragagem do Porto de Rio Grande. Prevê a utilização do material da dragagem para geração de energia elétrica a partir das grandes quantidades de ferro e enxofre contidas nos sedimentos.