quinta-feira, 2 de junho de 2011

Moradores de Gaivotas dizem “não” à alta tensão


Por várias vezes moradores de Praia das Gaivotas tentaram chamar a atenção de autoridades, mas desta vez a manifestação contra a instalação da rede de alta tensão da EDP/Escelsa chamou a atenção. Nesta quarta-feira (1 de junho), os maiores prejudicados com a nova obra fecharam duas avenidas do bairro.

Eles foram para as ruas portando cruzes e, com palavras de ordem, mostraram o porquê de serem contrários à instalação do artefato no bairro.

A preocupação dos moradores diz respeito à segurança e também à saúde da comunidade.


Segundo eles, além de representar um risco, a rede transmissora de alta tensão (são 138 mil volts acima de suas cabeças) pode provocar doenças como o Mal de Alzheimer, leucemia e doenças do coração, entre outras.

O veterinário Paulo Eduardo da Cunha contou sua experiência com alta tensão na época em que trabalhava em Castelo, no Sul do Estado.


“Essa fiação começa a chicotear e nada pode ficar perto. Fui chamado, com urgência, para confeccionar um laudo acerca do que havia ocorrida com vacas de dois fazendeiros da região. Um proprietário perdeu 10 cabeças e outro perdeu seis. Todas morreram queimadas pelos fios de alta tensão”, relatou ele.


Com seu filho em uma cestinha de bicicleta, o marceneiro Daywison Fernandes compareceu à manifestação e fez um desabafo emocionado.

“Eu tenho filho e me preocupo com essa obra. Imagine não poder soltar pipas ou brincar com segurança por causa dessa fiação. É bom que as pessoas vejam quem é o administrador dessa cidade que permitiu isso e vejam também o partido dele para que não votem nem nele e nem no partido dele nas próximas eleições”, salientou.

O coordenador do movimento Moradores Unidos Contra a Alta Tensão (MUCRAT), Anselmo Assis, demonstrou toda sua indignação e destacou a importância da participação dos moradores na manifestação.

“Essa manifestação foi boa, surtiu resultado. Devemos mostrar as coisas erradas que acontecem aqui. Essa linha de alta tensão é adversa às necessidades da comunidade. Ela representa o risco de morte. Além disso, sofremos com a desvalorização de nossos imóveis. Só para ter uma ideia. Nossos imóveis sofreram uma queda de 30% em seu valor”, denunciou.