quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Câmera flagra crime ambiental em Niterói (RJ)


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REUNIÃO DO DIA 01 DE DEZEMBRO

Hoje tem reunião do Fórum em Coqueiral de Itaparica, Local será na Igreja de Nossa Senhora das Graças, próximo a capela mortuária. Participe conosco e convide seus amigos, início será às 19:30. segue abaixo mapa com acesso pela Rodovia do Sol.




Sociedade luta para ser ouvida e evitar despejo de dragagem em Vila Velha

30/11/2010


Continua a mobilização para impedir que o material dragado da Baía de Vitória, Porto de Tubarão e da Nisibria, em Vila Velha, seja despejado em frente à Praia da Costa, no município. Em reunião, membros do Fórum Ambiental Permanente de Vila Velha criaram um grupo de discussão técnico-cientifico em busca de meios para serem ouvidos sobre novas alternativas para solucionar o problema.
“Estão enrolando na hora de fazer os estudos. A empresa que contrata o estudo só fala o que ela mesma quer ouvir. Não foram apresentadas alternativas e é isso que a sociedade está exigindo”, disse o vereador Babá (PT), que vem dando suporte à mobilização dos ambientalistas.
Segundo o vereador, durante o debate realizado nesda segunda-grits (29), na Câmara de Vereadores de Vila Velha, foi possível coletar informações sobre a influência do material dragado nas praias de Vila Velha. A previsão é de que, se o volume dragado dos três portos for depositado na região, os impactos poderão chegar às praias do município de Guarapari.
A proposta da dragagem da Vale, Codesa e Nisibria é utilizar a região em Vila Velha como bota-fora de cerca de 15 milhões de m³ de dejetos. O volume, segundo a Associação dos Moradores da Praia da Costa (AMPC), confronta a previsão da dragagem de 6,3 m³ até o ano de 2010 no Estado e representa sérios danos ao meio ambiente ao dragar um grande volume de sedimentos já contaminados por enxofre, ferro, esgoto entre outros, e depositá-los no fundo do mar de Vila Velha.
“A região vêm sendo utilizada como quintal para este despejo. Não é a primeira vez que isso ocorre. A sociedade continua sem apoio, não é ouvida e nenhum deputado coloca as caras para defender a região. Mas nós sabemos que a solução dada pelas empresas não é lógica. Mergulhadores e cientistas já comprovaram isso e instituições do País também têm estudos neste sentido”, contou Babá.
O objetivo é sugerir que instituições de fora do Estado realizem os estudos que possam apontar, com imparcialidade, novas diretrizes para o processo de dragagem propostos pela Vale, Nisibria e Codesa. “O ideal é o Estado fazer, mas quem faz de fato é a empresa que contrata a empresa que vai dizer o que ela quer”, ressaltou ele.
Segundo o presidente da Associação Barrense de Canoagem, Eduardo Pignaton, não há conhecimento sobre a composição do material que esteve anos depositado no fundo da Baía de Vitória e nas outras localidades, e que pescadores de Vila Velha já relataram o desaparecimento de peixes após ultimo despejo – conseqüente de dragagem – realizado na região há cerca de 12 anos.


“Esperamos que o Renato Casagrande cumpra sua palavra. Sua promessa foi a de dar voz à sociedade e sobretudo de respeitar os conselhos ambientais, contrariando o decreto do Iema que prevê que toda ONG seja tutelada ao órgão para fazer parte dos conselhos”, ressaltou Pignaton.

Dragagem
Só a Vale irá retirar do leito marinho 7 milhões de m³ de sedimentos. No Estado, o Porto de Vitória (2 milhões de m³) e o porto da Nisibra, previsto para a enseada da Glória (1,2 milhão de m³) também irão dragar o fundo do mar.
Juntas, as dragagens somam 10,2 milhões de m³ de sedimentos em seu estado natural. Entretanto, em seu estado solto, o que é chamado “efeito empolamento”, esse volume subirá para 15 milhões de m³ que, segundo a Associação, serão despejados em uma distância mínima de 6 km da costa.
Os dejetos, compostos por lama, argila, metais pesados, pedras e pó de minério, ao serem despejados no leito marinho, alteram a morfologia e as características do leito das chamadas áreas de “bota-fora”. O despejo de sedimentos também diminui o oxigênio disponível, o que pode provocar a morte por sufocamento de espécies bentônicas que dependem destas áreas para viver, alerta o Instituto Orca.
Além de remover o fundo do mar, o despejo, ao afogar fauna e flora do fundo, reduz a qualidade das águas; aumenta a turbidez e prejudica a entrada da luminosidade. Modifica ainda a dinâmica das correntes, influenciando a disponibilidade de alimentos.
Formam o Fórum Popular Permanente Ambiental representantes da sociedade civil organizada como biólogos, oceonógrafos, médicos, engenheiros, técnicos em dragagem, ambientalistas, advogados e representantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)s. Participam também a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Associação de Moradores de Itapuã, Associação de Moradores de Itaparica, Gabinete do vereador Babá,  Instituto Orça e Federação das Associações dos Moradores e dos Movimentos Populares do Espírito Santo (Famopes).
Alternativas
Uma alternativa possível é a construção da Unidade de Disposição Confinada (UDC). O recurso é utilizado nas obras de recuperação da Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, e possibilita o confinamento da lama, impedindo a vazão dos resíduos para o mar e posterior aproveitamento para aterro e tratamento paisagístico.
A segunda proposta discutida e apresentada trata de uma técnica batizada de Geotubes. Ou seja, processo de encapsulamento do material contaminado em bolsas de polipropileno gigantes, resistentes à degradação química e biológica, que promove a separação da parte sólida e líquida, promovendo, assim, a secagem e desidratação dos sedimentos. Posteriormente, este resíduo pode ser utilizado na construção de quebra-mares e em situações de erosão costeira.
Para o Estado, que sofre com a perda de suas praias devido à erosão, a medida poderia ajudar a reverter os processos erosivos, alertam os ambientalistas.
Já a terceira alternativa é pioneira, e vem sendo desenvolvida na dragagem do Porto de Rio Grande. Prevê a utilização do material da dragagem para geração de energia elétrica a partir das grandes quantidades de ferro e enxofre contidas nos sedimentos.