terça-feira, 10 de maio de 2011

Vale distribui panfleto mentiroso sobre dragagem


É mentira! A distância do bota-fora da draga e as praias é diferente daquela descrita em panfleto informativo da empresa Vale. Nesta segunda-feira (9 de maio), aconteceu a audiência pública proposta pelo deputado estadual Sandro Locutor (PV), realizada na Câmara Municipal de Vila Velha.

Durante o encontro dos políticos com as lideranças comunitárias, ficou claro que a empresa tenta ludibriar a sociedade com dados maquiados.

No dia 22 de março o gerente de Meio Ambiente da Vale, Romildo Fracalossi, esteve na Câmara de Vila Velha, convidado por um vereador para uma tribuna livre, e afirmou que a distância entre o local do bota-fora  e a praia mais próxima do município canela-verde seria de 10 quilômetros.


Já na audiência pública, realizada nesta segunda-feira (9 de maio), o mesmo preposto da empresa afirmou que a distância das praias de Vila Velha é de 9,5 quilômetros, o que confundiu até mesmo a cabeça do deputado estadual que conduzia os trabalhos, Sandro Locutor.

Fracalossi dando explicações sobre
a dragagem do Porto de Tubarão.
“Então, o dado correto é de 15 quilômetros?”, questionou o parlamentar.

“Não. O dado correto é o que acabei de informar”, afirmou Fracalossi.

Sua afirmação provocou a indignação dos presentes no plenário, já que o panfleto é amplamente distribuído entre populares, induzindo a população a erro.

Outro questionamento a ser feito diz respeito ao confinamento dos resíduos. Serão 15 milhões de m³ depositados no fundo da praia e que não se sabe se realmente ficarão confinados.

Durante sua apresentação, o técnico em dragagem Jamerson Sher, salientou a importância da Carta Náutica, da Marinha do Brasil.

“Nos estudos aprovados pelo IEMA, a profundidade média apresentada é de 41 metros. Mas de acordo com a Carta Náutica, a profundidade do local onde é feito o bota-fora é, em média de 32,6 metros. É preciso as autoridades embargar essa obra. Em princípio dizem que a dragagem começou em janeiro de 2011, mas na verdade ela começou em dezembro de 2010. Antes mesmo da aprovação do IBAMA”, apontou Sher.

População de olho na Dragagem.
Outro contrassenso diz respeito ao que diz o técnico ambiental do IEMA, Ubirajara. Segundo ele, a batimetria apresentada pelo Fórum Ambiental Popular Permanente (FAPP) não corresponde à realidade. Porém, ele mesmo afirmou que o Instituto não possui equipamento específico para fazer a medição.

Para a secretaria executiva do FAPP, Rita Uliana, as respostas do técnico da Vale afirmando que não tinha conhecimento sobre alguns assuntos não passa de uma forma de “fugir do debate”.

Além do deputado estadual Sandro Locutor, o deputado Gilsinho Lopes (PR) e os vereadores de Vila Velha João Batista Babá (PT), Heliossandro Matos (PMN), Robson Batista (PSDC) e Ivan Carlini (PR) estiveram presentes à audiência pública.

Óbitos por doenças pulmonares motivam criação de CPI em Vila Velha


Flavia Bernardes

As mortes por doenças pulmonares ocupam o terceiro lugar no ranking de óbitos de Vila Velha. A notícia é da Secretaria de Saúde do município e deixou os vereadores do município estarrecidos. A informação é que as mortes por problemas pulmonares são ultrapassadas apenas pelas mortes ocasionadas por homicídios e doenças ligadas ao coração.

Neste contexto, conforme proposta do vereador Heliosandro Mattos (PMN), os vereadores de Vila Velha aprovaram, na noite dessa quinta-feira ( 5), a instauração da CPI das Doenças Respiratórias. O objetivo, segundo Heliosandro, é investigar as denúncias feitas pela população da região, que reclamam do pó preto que chega às casas do município.

Além do pó preto, que é tirado em quantidades absurdas das casas, mesmo não sendo produzido no município, os vereadores querem apurar também o índice de atendimentos de doenças respiratórias nos últimos 40 anos nos postos de saúde, ouvir os familiares das vítimas, conhecer os índices de mortes ligadas ao cigarro e o volume de poluição veicular emitida no município.

“O objetivo é investigar a causa das mortes por doenças pulmonares, que é alarmante no município. Estamos buscando descobrir qual é a conseqüência desta poluição que chega ao município há anos. Só ai poderemos nortear políticas para a melhoria da qualidade de vida no município”, ressaltou o vereador.

A informação é que dois médicos da Universidade de Vila Velha já se prontificaram a apoiar as investigações. Além disso, segundo Heliosandro, o apoio na Câmara dos Vereadores foi unânime após o conhecimento dos dados apontados pela Secretária de Saúde do município, Joana Barros.

A secretaria, inclusive, será uma das primeiras convocadas para depor, seguida de dirigentes de empresas como Vale, Export ES do Cais de Capuaba e Arcelor Mittal.

Segundo o presidente da Câmara, Ivan Carlini (PR), os trabalhos serão iniciados após o dia 23 de maio. Votaram a favor da abertura das investigações os vereadores Almir Neres (PRP), Ozias Zizi (PRB), João Artem (PSB), Babá e Wanderson Pires (PT), Robson Batista (PSDC), Valter Rocon (PDT), Duda da Barra (PMDB), Antonio Tareba (PPS), Tenório Merlo e Valdir do Restaurante, (PT do B), e o presidente da Câmara, Ivan Carlini (PR).

A informação do vereador Heliosandro Mattos é de que  em Vila Velha a principal causa de morte registrada é aquela provocada por doenças cardiovasculares. A segundo é por homicídio e a terceira por doenças pulmonares.

Através do trabalho do artista plástico Kleber Galveas, que há mais de 20 anos monitora a poluição gerada pela Vale no município,  o chamado “pó preto”, é levado com o vento até a Barra do Jucu, onde anualmente o artista utiliza a poeira depositada sobre telas como matéria prima para seus quadros. Através de suas obras, Kleber Galvêas denuncia a poluição que é gerada pela Vale e despejada em toda a Grande Vitória pela influência dos ventos.

O despertar

Tudo começou com as mobilizações do vereador Babá (PT). Logo a Câmara de Vereadores de Vila Velha também despertou para os problemas gerados pelos grandes empreendimentos instalados em Vitória, mas sentidos também no município.

Desta vez, a Câmara está lutando para que o material de dragagem do Porto de Vitória e do Porto de Tubarão não seja despejado no município.

Serão 7 milhões de m³ de sedimentos dragados do fundo do mar na região do porto de Tubarão e que serão despejados a seis quilômetros do litoral de Vila Velha pela Vale.

Com o anúncio de despejo de sedimentos de dragagem no litoral de Vila Velha, a Associação de Moradores da Praia da Costa, junto com a Câmara de Vereadores do Município, vem se mobilizando para apresentar alternativas para o despejo. Das três alternativas apresentadas pela Vale até o momento, todas foram rejeitadas, pois se baseavam no falso argumento de que a lama a ser despejada no litoral não é tóxica.

Mas, segundo a Associação de moradores, há 12 anos materiais de dragagens foram despejados na região, gerando não apenas a turbidez da água, mas também o desaparecimento de espécies. O problema não afetou apenas o município, chegando também aos pescadores de São Pedro, em Vitória, que também questionam a nova dragagem da empresa.

A informação dos ambientalistas é que os dejetos retirados do fundo do mar são formados por lama, argila, metais pesados, pedras e pó de minério.
Na região de Vila Velha, chamada de bota-fora, também pretendem despejar material de dragagem a Codesa e a Nisibria. Juntas, as empresas pretendem despejar na região 15 milhões de m³ de dejetos.

O volume, segundo a Associação dos Moradores da Praia da Costa (AMPC), confronta a previsão da dragagem de 6,3 m³ no Estado e representa sérios danos ao meio ambiente.

Dragagem é tema de audiência pública


 Uma audiência pública para discutir a dragagem do Porto de Tubarão e do Porto de Vitória, proposta pelo presidente da Comissão de Proteção ao Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Sandro Locutor, irá movimentar o plenário da Câmara Municipal de Vila Velha no dia 9 (segunda-feira), a partir de 19 horas.

Apesar de não ser deliberativo, o objetivo do encontro é fazer com que a Comissão Permanente da Assembleia forme seu próprio convencimento acerca do assunto.

O Fórum Ambiental Popular Permanente estará presente através da Associação de Moradores da Praia da Costa que terá 20 minutos para expor o malefício que o despejo de dejetos causa à sociedade como um todo.

A audiência pública é o resultado de um encontro realizado na Assembleia anteriormente. De lá, ficou deliberado que este encontro seria realizado.

A intenção do FAPP é mostrar que sob vários aspectos a dragagem é um processo de descarte de lixo tóxico retrógrado e desumano. E ainda. Que em pouco tempo será capaz de eliminar algumas formas de vida existentes naquela região.

Durante a audiência pública, o Fórum pretende utilizar o seu tempo expondo como a dragagem é prejudicial à vida, como poderia ser feito o descarte e como alguns dados mostrados pela Vale, empresa que vem poluindo praia de Vila Velha, são apenas meras ilustrações fantasiosas e que o verdadeiro produto jogado no mar é tóxico e que irá expor a vida da fauna e flora locais.

O FAPP espera contar com a presença da sociedade canela-verde nesse momento em que a participação popular é de muita importância.